Poesia marginal sem crivo de agradar.
Tenho a impressão que já extraí todo o sumo
não há mais suco, já disse todas as palavras.
É como se todas as poesias falassem da mesma
coisa,
todas as palavras já foram ditas
Renato Russo!
Extrair da pedra melodia, textura e cheiro?
Existe a porra de alguma originalidade nesse
mundo?
E por que não me contento em repetir boas coisas?
Interrogações são demônios que não dormem
na mente de ex - drogadas.
A sensação de que disse tudo que havia para dizer,
talvez o problema é que disse baixo:
- PORRA, ACORDA, TIRA A FUÇA DA TELA CARALHO!
Tô gritando sim, mas não faz diferença.
Mania de grandeza,
de achar que sou uma mensageira das sensações,
que as pessoas vão se olhar e se tocar,
e dizerem sinceramente:
“Tudo bem com você?”
Da pedra do vasinho do fundo do meu quintal,
retirei um versinho:
- Perdi a loucura hoje?
Não vou florir essa poesia de merda
azar o seu que leu até aqui leia Proust ou Bilac,
e não compre mais meus livros que a tendência é
piorar.
27/04/2021
Clitória ou as flores urbanas.