Me sinto acolhida com esse edital. O sistema capitalista cria a sensação de que somente determinado tipo de trabalho importa, ou é artístico o suficiente. E nesse meio tempo nos sentimos insuficientes.
Me sinto quebrada. Deixei-me desconfigurada mais uma vez.
Até quando deixarei alguém bagunçar o que sou e tudo que acredito?
Onde estão minhas respostas?
Quando as terei?
Quantas vezes terei que refazer minha casa para que seja possível que eu a habite sem medo de ser eu.
E se tudo é passageiro porque ainda sinto?
Odeio ser mais emocional que racional, pois a cabeça está sempre atrás do coração.
De tempos em tempos, permito que o externo me deforme, e se sou essa argila moldável porque não
consigo formar algo concreto e saudável?
Para que até mesmo meus demônios se aquietem.
Tudo o que há é a desordem do que sinto e esse desequilíbrio juntos à um constante conflito..
Quero um dia ao menos não manipulá-los, mas encaixá-los em meus pensamentos mais questionáveis.
Me traduzir é tão difícil, mas essa compreensão é tão necessária.
E dói, e vai doer por um tempo longínquo.
É preciso destrinchar esses sentimentos e depois recolocá-los no coração.
Se valorizando, por fim, mas quando virá este final?
Está perto ou nunca o terei por completo?
E talvez isso seja o sim de todas as fantasias que eu mesma crio e sofro por muito tempo.