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Júlia Fernandes

O roubo de mim para um outro eu

Me sinto acolhida com esse edital. O sistema capitalista cria a sensação de que somente determinado tipo de trabalho importa, ou é artístico o suficiente. E nesse meio tempo nos sentimos insuficientes.

Me sinto quebrada. Deixei-me desconfigurada mais uma vez.

Até quando deixarei alguém bagunçar o que sou e tudo que acredito?

Onde estão minhas respostas?

Quando as terei?

Quantas vezes terei que refazer minha casa para que seja possível que eu a habite sem medo de ser eu.

E se tudo é passageiro porque ainda sinto?

Odeio ser mais emocional que racional, pois a cabeça está sempre atrás do coração.

De tempos em tempos, permito que o externo me deforme, e se sou essa argila moldável porque não

consigo formar algo concreto e saudável?

Para que até mesmo meus demônios se aquietem.

Tudo o que há é a desordem do que sinto e esse desequilíbrio juntos à um constante conflito..

Quero um dia ao menos não manipulá-los, mas encaixá-los em meus pensamentos mais questionáveis.

Me traduzir é tão difícil, mas essa compreensão é tão necessária.

E dói, e vai doer por um tempo longínquo.

É preciso destrinchar esses sentimentos e depois recolocá-los no coração.

Se valorizando, por fim, mas quando virá este final?

Está perto ou nunca o terei por completo?

E talvez isso seja o sim de todas as fantasias que eu mesma crio e sofro por muito tempo.

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